José Orlando de Albuquerque

06/02/2024

José Orlando de Albuquerque (AUTOBIOGRAFIA)

Nascido na cidade de Araripe-CE CE em o9.1 1.1952.

Filho de Antonio Albuquerque Alencar e de Maria Silva Albuquerque

4 irmãos: Francisco, Emanuel, Samuel e Murilo

5 Irmãs: Niura, Niusa, Maria Alice, Neide Ana e Noeme

Fiz curso Primário na Escola Neomísia Nogueira de Lima - Araripe CE. 1º e 2º anos ginasiais no Ginásio João Almino - Araripe CE.

O ginásio João Almino, apesar da boa vontade dos seus professores, tinha, logicamente, as suas limitações. Como eu pretendia ir bem além, e como meus irmãos Francisco, Niura e Niusa já estudavam em Crato CE, fui também morar com eles com meu avô Materno, Sebastião Cirilo da Silva, o qual chamávamos de pai.

3º e 4º anos ginasiais no Colégio Estadual Wilson Gonçalves - Crato CE. Curso Colegial - no Colégio Estadual Wilson Gonçalves - Crato – CE. Em 1973, em 13 de maio, submeteu-se a concurso do Banco do Brasil, na cidade de Crato - CE. Aprovado. Assumi em Manaus

AM, em 1° de agosto de 1974 onde permaneceu até 10.02.1979.

Em Manaus, frequentei o cursinho Einstein, preparatório para o Vestibular. Fui Aprovado para Medicina onde cursei o primeiro ano na Universidade Federal do Amazonas. Fui transferido do Banco do Brasil de Manaus-AM, para Agência centro do Banco do Brasil de Fortaleza - CE. Transferi o curso de Medicina para Universidade Federal do Ceará, onde terminei em junho de 1986.

Trabalhava à noite, para poder continuar estudando. Fazia parte do setor de compensação do Banco do Brasil. Entrávamos às 19 horas e saiamos às 23 horas e às vezes no início da madrugada.

Posteriormente, quando já comecei a tirar plantões, já é no sexto ano do curso de medicina, fui trabalhar no CESEC (Centro Administrativo do Banco do Brasil) o qual ainda funciona vizinho ao estádio Castelão. Nos fins de semana e feriados, tirava plantão na Maternidade Escola Assis Chateaubriand e Hospital das Clinicas da UFC. Nos domingos, tirava plantão como estagiário e acompanhando um amigo obstetra, (Dr. Raimundo Moreira Frota), no Hospital Distrital Dr. Fernandes Távora, sempre na Obstetrícia.

Fiz concurso para Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, na Maternidade escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará, terminando e 1988.

Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) pela FEBRASGO.

Curso de Ultrassonografia Básica e Geral na EURB (Escola de Ultrassonografia de Ribeirão Preto - SP).

A minha infância passei em Araripe. Como todas as crianças e adolescentes da época, gostava de caçar passarinho com baladeira, jogar pião, jogar futebol nas tardes em um terreno que ficava em frente a casa de meus pais. Hoje é a praça das topiques. Gostávamos de soltar pipa (arraias) nos messes de maio a agosto quando o vento era mais intenso. Era muito bonito ver o céu límpido, absolutamente transparente, com o colorido das arraias (pipas). Nós meemos fabricávamos, pois não tínhamos onde comprar e muito menos com o que comprar.

Dos 12 aos 16 anos de idade eu dormia com aminha avó, Maria Vieira e a minha tia Pitia, no casarão que hoje fica em frente ao Atelier (Janet), transformado em Museu da Pitia. Cedinho, juntamente com o meu irmão Emanuel e o meu pai, Antonio Albuquerque, íamos leva-las para uma roça na Sipaúba. Quando chegávamos em casa, tomávamos banho e íamos para a escola, no Grupo Escolar Neomísia Nogueira de Lima. Essa, enfim, era a nossa rotina semanal.

Na nossa adolescência, gostávamos muito de dançar. Frequentávamos as tertúlias (festinhas realizadas geralmente em casa de famílias). Geralmente à noite, íamos passear na praça, conversar com os colegas, contar histórias. Geralmente os rapazes ficavam sentados nos bancos da ´raça e as garotas ficam dando voltas. Assim, inevitavelmente, surgiam as paqueras.

Com 16 anos de idade fui morar em Crato, na Rua Vicente Leite 210, Vila Alta. Fui estudar, então, no Colégio Estadual Wilson Gonçalves, onde estudei a 3ª e 4ª séries do ginásio. Primeiro e 2º anos científicos (hoje ensino médio) Depois, fiz concurso para a escola Agrícola do Crato, onde fui aprovado em primeiro lugar. Com 6 meses, faltou verba, íamos ficar parados esperando o início do próximo ano. Perdi meu primeiro ano de estudos. Fui estimulado a estudar para o concurso do Banco do Brasil SA. Fui aprovado. Nesse dia, sem dúvidas, tive a maior alegria da minha vida. Como eu pretendia continuar estudando, eu fiz uma carta para a direção geral do Banco do Brasil me voluntariando para assumir em Manaus AM, por ser uma capital promissora e onde, com certeza, continuaria os meus estudos. Em julho de 1978, fui aprovado para Medicina e, em fevereiro de 1979, fui transferido para Fortaleza, onde continuei o meu curso, terminando em junho de 1986.

Em 1995. pedi demissão do Banco do Brasil, o chamado PDV (plano de demissão voluntária) que na realidade era imposta, forçada. Nós, nordestinos, tínhamos o Banco do Brasil como o melhor emprego do país. Na época, o maior sonho de todos os pais de família era ter um filho no Banco do Brasil e/ou médico. Consegui fazer as duas coisas. Meu pai morria de orgulho quando dizia, tenho um filho no Banco do Brasil. Quando terminei o curso de medicina, então, foi demais.

Sempre tive muita vontade de trabalhar em minha cidade como médico, assistir principalmente as pessoas mais carentes. Enquanto eu era estudante, geralmente duas vezes por ano, nas férias de janeiro e julho, em vinha passar quinze dias em Araripe. Assim que eu chegava, ia ao hospital Lia Loiola de Alencar e me apresentava às minhas amigas auxiliares de enfermagem, colocando-me à disposição para realizar alguns partos, pequenas cirurgias, inclusive, laqueadura tubária (ligação de trompas). Meu pai morria de orgulho, principalmente, quando um paciente ou uma paciente dizia que, abaixo de deus, quem a salvou foi o seu filho Dr. José Orlando.

Não podia vir de imediato embora para cá, pois era funcionário do Banco do Brasil, na época, tínhamos um excelente salário. Eu sempre procurei ajudar a minha família

para, no mínimo, compensar o muito que eles sempre fizeram por todos nós. Não tínhamos muito, mas tínhamos TUDO. Éramos tratados com carinho, mas com educação rígida. Meus pais não tiveram oportunidade de estudar, mas sempre valorizaram os estudos., Quem quis estudar, teve a oportunidade de fazê-lo.

Tinha consultório em Fortaleza, na rua major Facundo, esquina com Clarindo de Queiroz, na Clinica Fortimagem, onde fiquei durante 12 anos, de 1983 a 1995.

Em 1996, fui convidado a trabalhar em Acaraú-CE, trabalhei durante 7 anos no Hospital Dr. Moura Ferreira. Nesse hospital, conheci a minha esposa e sempre companheira Tatiana Raulino Flor, com quem temos um casal de filhos e um netinho.

Continuava sempre o desejo de voltar para a minha terra natal, Araripe. Queria fazer algo pelos meus conterrâneos e amigos. Fui, então, convidado pelo então Prefeito Municipal, Dr. Germano Correia.

Meu pai faleceu em março de 1991. Eu sempre fiquei me remoendo com sentimentos de culpas por não poder estar presente nos seus dias mais difíceis. Morava em Acaraú a quase 700 km de Araripe. Mas sempre vinha duas vezes por ano e sempre que vinha demorava de 7 a 15 dias.

Com a morte do meu pai, a minha mãe ficou mais desamparada, já com 76 nos de idade. Sempre fomos unidos e as minhas irmãs sempre foram apegadas e muito dedicadas à minha mãe e a todos da nossa família. Finalmente decidi, definitivamente, vir para o Araripe.

Tinha emprego onde era bem remunerado em ltarema-CE, Hospital Natércia Rios e em Acaraú, no Hospital Dr. Moura Ferreira. Nos dias de folga, tinha um consultório no centro de Acaraú. Sempre tive uma clientela razoável, principalmente particular e UNIMED.

Quando souberam que eu estava decidido a vir embora, prometeram dobrar os meus salários. Realmente não queriam me perder. Mas eu sempre argumentei, já fiz muito fora de casa, mas agora chegou a oportunidade de fazer algo pelo povo da minha Araripe.

Claro, não tinha do que me queixar. Tinha bons salários em Itarema e Acaraú, além de um consultório com uma boa clientela. Deixei tudo pra traz: bons salários, uma carreira promissora, para vir para a minha cidade com um futuro incerto. Mas, nấo teve apelo, estava reaimente decido a vir morar e trabalhar aqui (Araripe).

Chequei. então, em Araripe, em 30.01.2003. A situação da saúde era precária, mas a gente conseguia fazer muito apesar das limitações. Não tínhamos médicos todos os dias nos plantões. Geralmente as auxiliares de enfermagem ficam no plantão e ligava para algum médico quando surgia algo que elas não podiam resolver. O mais importante nós tínhamos: um centro cirúrgico com as mínimas condições de funcionamento, uma sala de parto em condições precárias, nenhuma incubadora.

Mas tínhamos a boa vontade de todos. Fizemos inúmeras cesarianas de urgência, várias cirurgias para laqueadura tubária (ligação de trompas), etc. Logo o dia o4.02.2003, Comecei trabalhando no PSF (Programa saúde da Família) no chamado PSF dos aglomerados que compreendia: o Baixio dos Ramos, o Sitio Mulungu. o Morro do Cedro, o Saco Desapregado, o Chapada do Carmo, o Serra do Campestre, o Serra do Mundeu, o Serra dos Ginos, o Serra dos Felicianos, o Serra dos Malaquias. o Serra da Perua, etc.

Algumas vezes, fui sondado por candidatos a prefeito para ser o seu vice, mas nunca aceitei. Nunca gostei de política e, principalmente, por que jamais provei o modelo de política que sempre faziam.

Agora, finalmente, estou pré-candidato a vice-prefeito. Aceitei esse grande desafio por achar que, juntos, poderemos fazer algo diferente em prol desse povo e dessa cidade que queremos bem. Tenho certeza absoluta que poderemos fazer pouco, mas o pouco que fizermos, teremos que fazer da melhor maneira para o bom desenvolvimento da nossa cidade e para o bem-estar de toda a população.

Acredito, sinceramente que, quem quiser, poderá fazer uma administração voltada para a construção de um futuro melhor para todos. Reestruturar a educação, cuidar das escolas, valorizar os profissionais que se destacam e que realmente podem e fazem o seu melhor. Dar incentivo à agricultura, incentivar microempreendedores. Cuidar do saneamento básico, uma base indispensável à manutenção da saúde de todos.

É triste a gente chegar hoje em Araripe e ver uma cidade esburacada, descuidada, abandonada mesmo. Ruas que mais parecem veredas sujas, calçamentos malfeitos, fossas a céu aberto exalando um mau cheiro absurdo, pondo cada vez mais em risco a saúde de todos.

Muriçocas e ratos estão fazendo a festa. Basta lembrarmos que já fomos referência na saúde. Vinham pessoas de Potengi, Campos Sales e de outras cidades para se consultar e até mesmo para se operarem no Araripe.

Mas para tudo tem jeito. Basta vontade política, direcionar corretamente as verbas destinadas à educação, à saúde. Colocar em cada setor pessoas comprometidas em executar as suas tarefas de maneira honesta e com muito boa vontade. Manter sempre um canal de comunicação aberto entre a administração e o povo em geral, acatar sugestões, acolher com boa vontade as críticas construtivas.

Somente assim, o povo e o poder, poderão, de mãos dadas, fazer uma administração que fique para a história.

Quem Ama CUIDA.