Vidal de Alencar

22/08/2024

Vidal de Alencar

"Natural de Araripe, filho de pai desconhecido, supostamente rico, e mãe pobre, lavadeira de roupa da nossa cidade, aventurou-se na cidade grande do Rio de Janeiro, onde estudou, fez cursos e trabalhou como funcionário do Banco do Brasil naquela capital.

Após alguns anos de trabalho e estudo, contando com certo capital, retornou a sua terra natal, tendo em mãos um projeto de um amigo que idealizava a construção de um coreto (lugar onde se canta em público), quando então o Sr. José Loiola de Alencar (Sr. Zezito) era o prefeito de Araripe. Dada a ideia ao prefeito, sendo aprovada com louvor, logo foi iniciada a construção do nosso Coreto. Era necessário apenas escolher o local da construção e, para isso, um homem simples e corajoso da cidade se dispôs a escalar a torre da Igreja matriz, que fora construída cinco anos antes.

De lá, foi demarcado o ponto do terreno onde se localizaria o monumento histórico e acompanhado toda a luta pela perfeita simetria do pião (o prumo, o centro, o guia de toda localização da construção), sendo esta a parte da obra que mais exigiu dos operários.

Nos registros, diz o seguinte DE TODOS OS TRABALHOS, O ASSENTAMENTO DO PIÃO FOI, SEM DÚVIDA, O MAIS INTERESSANTE E SENSACIONAL". Foram utilizadas para a construção do pião (duzentos e cinquenta e quatro) estacas. Assim, em 17 de fevereiro de 1947, teve início a construção do coreto, obra em forma de hexágono, que chamava atenção de toda a vizinhança e era acompanhada diariamente por Vidal de Alencar, onde está registrado o dia de sua inauguração, em 30 de março de 1947. As cores originais do coreto eram azul-escuro e branco.

(Fonte: JORNAL ARARIPE EM FOCO, p-03.2007)"

Texto extraído do livro: Araripe: cidade da gente: estudos sociais, Adriano Sousa... [et al].. Didáticos, editora, 2018.